RICINA
comunicação de risco


DA PLANTA À MOLÉCULA

Fig. 1: Sementes de rícino.
O rícino (Ricinus communis) é uma planta usada em medicina tradicional e cujas sementes são o ponto de partida para o fabrico do óleo de rícino, que é usado como purgativo, tendo também outros usos industriais. [1]
A ricina encontra-se na porção sólida que resta das sementes de rícino (Fig.1), após extração do óleo. [2]
Apresenta-se como um pó branco quando purificada, sendo solúvel em água, motivo pelo qual não migra para o óleo durante a extracção. Para ser inativada, requer uma temperatura de 80ºC durante 1h, quando em solução aquosa, e condições mais extremas quando na forma de pó. [1]
A ricina é uma potente glicoproteína tóxica, pertencente à categoria das proteínas inativadoras de ribossomas (RIPs) tipo II. [3]
É composta por duas cadeias polipeptídicas (Fig. 2) de aproximadamente 30 kDa cada, unidas por uma ponte dissulfito. [3]
500 µg de ricina (por injeção/inalação) são suficientes para matar um adulto e não existe qualquer antídoto. [3]
Por este motivo, a ricina representa um potencial problema de saúde pública, uma vez que, apesar de ser necessário um ato deliberado para produzir ricina para envenenar alguém [3], há uma enorme facilidade em obter a planta e extrair a toxina, tornando-a uma arma atrativa para atos de bioterrorismo. [1]

Fig. 2: Estrutura da ricina, formada por duas cadeias polipeptídicas.